A Polícia Civil do Rio de Janeiro publicou nessa quinta (29) um vídeo intitulado “Quebrando Narrativas”, fazendo contraponto a vários comentários de usuários das redes sociais que fizeram defesas ao MC Pozer na internet.
Os comentários foram feitos em sua maioria com base em narrativas e vitimismos ligados à raça de MC Pozer ou ao fato de ele ter vindo de origem humilde das favelas do Rio.
O vídeo tem sido compartilhado inúmeras vezes nas redes sociais, inclusive por personalidades conhecidas da política e do meio artístico. O senador da República Flávio Bolsonaro, flaviobolsonaro, em seu Instagram, compartilhou o vídeo e comentou: “Peço que assista até o fim. Vídeo produzido pela @policiacivil_rj para combater a idolatria a bandidos da mais alta periculosidade, porque, no fim, a vítima é VOCÊ!”
O vídeo segue com um roteiro em que, a cada postagem destacada, uma resposta é dada.
Um internauta disse: “Só prenderam porque é preto e favelado.” A resposta no vídeo: “A polícia não escolhe preso, criminoso é criminoso independente de cor, religião e de onde mora. Ele foi preso por fazer apologia à facção criminosa, incentivar guerras territoriais e associar sua imagem a bandidos armados, disseminando a narcocultura e glamorizando o crime.
Outro internauta afirmou: “O funk sempre foi perseguido” e o vídeo segue com o contraponto: “Gênero musical não está em julgamento, o investigado não foi preso por cantar funk e sim por usar a música como uma ferramenta de guerra a serviço do crime, isso é diferente de fazer arte, é diferente de liberdade de expressão, isso aí nada mais é do que uma manipulação ideológica a favor do tráfico.”
“A prisão foi exagerada”, disse um outro. E segue mais um contraponto: “A prisão aconteceu após a justiça expedir o mandado com base nas provas encontradas durante a investigação policial. A operação foi planejada de forma a garantir a captura sem qualquer risco para a população. A lei é para todos, o exagero está em naturalizar quem dissemina o ódio e a violência.”
Vários outros fatos dentro dos procedimentos policiais são apresentados no vídeo, respondendo a cada narrativa criada nas redes sociais por pessoas claramente mal informadas ou mal intencionadas em relação ao caso.

“Algemar ou não depende da conduta do risco de fuga da reação no momento da prisão e não da cor da pele ou status financeiro. Tem branco algemado e preso todo o dia, assim como diariamente a polícia civil prende empresários políticos criminosos de colarinho branco. A diferença é que eles não aparecem nas redes sociais com fuzil nem incitando guerra entre facções criminosas.”

Ajuda com dinheiro de quê? Essa é uma prática do crime organizado que compra lealdade e sucesso, não dá imunidade penal, ninguém está acima da lei. Fazer arte é uma coisa, fazer apologia ao crime, ostentar armamento e exaltar facção criminosa é outra. Liberdade de expressão não é salvo conduto para cometer crime.

Errado, estamos protegendo a comunidade de quem a destrói por dentro. Quem representa a comunidade é o trabalhador, a mãe ou estudante, não o traficante de fuzil. E não estamos aqui para silenciar a voz legítima da periferia. o que não se pode é glorificar a facção, incentivar ataque e transformar bandido em herói. Isso é irresponsabilidade e é crime.

A polícia também prende quem mata. Todos os dias, nossos agentes arriscam suas vidas para capturar homicidas e narcoterroristas. Eles seguram a arma, mas a música que exalta o bandido prepara o terreno para o tiro. Ela normaliza o crime, influencia os jovens. A apologia é o começo, a bala é o fim.
O vídeo finaliza com uma importante reflexão.
Inversão de valores e a tentativa de descredibilizar a polícia, que é um único segmento que atua na consequência dos fatos, não é a polícia que dá causa, mas é ela que tem que agir quando todos os outros atores falharam. Vitimização seletiva é um desserviço ao combate ao crime.
E aí você continua achando que as pessoas que exaltam o crime não deveriam ser presas, continua achando que alguém assim é um bom exemplo para os seus filhos?